sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O que importa

Sou uma pessoa que se entusiasma com datas especiais. Adoro meu aniversário, Natal, Ano Novo, aniversário de casamento. Sempre me dão uma sensação de recomeço, de uma nova chance de mudar o que está errado, de reconhecer o que vai bem.

Detesto soar piegas e óbvia, mas há algum tempo - precisamente desde o nascimento da minha filha - comecei a repensar a importância dessas datas. Por que o dia das mães, no segundo domingo de maio, é mais importante do que qualquer outro domingo? Por que trocar presentes e fazer surpresas só no dia do aniversário? Por que juntar a família apenas no Natal?

Minha filha tem me mostrado (da pior maneira possível: ficando doente em TODAS as datas especiais) que, na verdade, o único dia que importa é hoje. Temos que dar valor a cada novo dia porque ele é o único que existe.

Estou sendo óbvia e piegas, mas não podia deixar de registrar esse sentimento. Hoje eu começaria as comemorações do meu aniversário, mas Marina está com uma febre estranha, e todas as minhas energia se esvaíram. Nada agora faz muito sentido, nada tem graça, nada tem cor. E todos os meu planos dourados de aniversário me parecem patéticos e grotescamente ridículos.

Eu espero que tudo isso passe. Que eu descubra o que ela tem e possa comemorar meu aniversário com meus planos patéticos e ridículos. Que minha alegria retorne e que eu não tenha mais que pensar que aniversários são inúteis.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Bird by bird

Um menino de 10 anos de idade estava apavorado diante de um gigantesco trabalho sobre pássaros. Ele teve cerca de duas semanas para fazer a tarefa de casa, mas não havia redigido uma única linha até a véspera da data de entrega. O pai, um sábio escritor, o aconselhou: "Um pássaro de cada vez, filho. Escreva sobre um pássaro de cada vez."

O que isso tem a ver comigo? Bem, essa história está no livro Palavra por palavra, de Anne Lamott (Editora Sextante, R$19,90), que estou lendo, saboreando e usando para me inspirar a escrever. A autora - irmã do menininho enrolado com o trabalho de casa - afirma que é justamente assim que devemos começar a escrever: palavra por palavra, pássaro por pássaro. Uma pequena recordação da infância, uma breve descrição de uma cena eternizada no porta-retrato. Tudo o que precisamos fazer é simplesmente fazer.

Eu estava empolgadíssima com o livro, até abandoná-lo para dar conta de mais um frila. Sabe o que realmente me angustia? Não é o fato de que dificilmente serei publicada, ou de que é impossível viver disso, ou de que eu realmente preciso praticar. O que me aflige é a percepção de que, mesmo tendo clareza de todas essas coisas, eu não sei por que pássaro começar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Notícias da dieta

Pois é, como todos que me conhecem sabem, eu não termino nada que começo e acabei abandonando o diário da dieta. Mas a boa notícia é que a dieta em si continua firme e forte! Uma surpresa para todos, não?

Pois bem, hoje é o décimo dia e eu já perdi um pouco mais de 3kg. Não é fantástico?

Então, fica a dica: A dieta dos 17 dias, Editora Sextante. Comprem, emagreçam e garantam meu bônus no fim do ano!!

Agora vou comer minhas ameixas. Bjs.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dia 2


6h - 1 pote de iogurte light com 1/2 maçã picadinha e 1 colher de geleia diet de framboesa. Sabe que ficou bom?

11h - 4 micro-ameixas pretas. Eu sei, talvez eu não devesse comer tantas, mas eu juro, eram pequenininhas mesmo!!!

11h26 - Pode ser impressão minha, mas estou me sentindo mais leve. Minha barriga parece estar menos estufada. E, pasmem, não estou com vontade de comer doce!!!!!!!! U-hu!!!!!!

13h - Começou a me dar dor de cabeça. Acho que está faltando comida no meu organismo, acostumado com orgias diárias de doces, gorduras e carboidratos. Para não entregar os pontos totalmente e, ao mesmo tempo, comer uma coisa com mais "sustança", decidi por um (uma?) quiche de espinafre (que estava tudo de bom) e uma salada de alface, tomate, peito de peru e tomate. A dor de cabeça não passou.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Projeto: Dieta

Olá. Já que não uso esse espaço para nada sério mesmo, resolvi usá-lo para registrar minha nova meta: começar a Dieta dos 17 dias e emagrecer tudo o que puder. Essa dieta é de um livro novo da Sextante, que já se provou eficiente para várias pessoas. Ontem fui ao mercado, enchi a geladeira de frutas e folhas e hoje comecei, empenhada e esperançosa. Vamos ao passo a passo.

Dia 1:

6h - 2 ovos mexidos, 1 pêssego.

8:30 - sessão de drenagem linfática, manthus, carboxiterapia e outro que esqueci o nome. Minhas pernas estão ardidas e roxas. E, pode ser impressão minha, mas parecem mais durinhas.

11h - Comecei a sentir fome. Vou comer 1 maçã para não ficar desesperada demais.
Ah, maçã... sempre a considerei a fruta mais sem graça da natureza, mas acho que nunca saboreei tanto uma na vida. Agora entendo por que a Eva não resistiu e mordeu essa frutinha ordinária lá no Paraíso. Ela devia estar de dieta!!!

14h - 1 peito de frango, alface, 1/2 tonelada de cenouras. Sobrevivi. Estava até gostosinho, mas deixou aquela sensação de vazio. Esperando loucamente a hora do lanche.

16h - Entoando repetidamente o mantra: Comida não é passatempo. Comida não é passatempo...

17h - O Melhor Iogurte do Mundo

21h - Jantarzinho light: Peito de frango grelhado, couve-flor quentinha e salada de alface temperada com mostarda e pasta de berinjela. E um pote de gelatina diet.

23h - Dormir para ignorar o ronco na minha barriga...
Gente, estou orgulhosa de mim mesma.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

dois novos vídeos, duas novas músicas preferidas

Esse primeiro vídeo é do Arnaldo Antunes, uma música fofa e melancólica que meu marido adora. Está aqui para eu me lembrar dele. (Arnaldo Antunes, "Meu coração")

O segundo é de alguém que eu não conheço, mas a música é igualmente fofa e melancólica. (Marcelo Janeci, "Felicidade", descobri depois)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Minha nova música preferida

Acho que estou usando esse blog subutilizado para guardar vídeos que não quero perder.
Me desculpe por isso.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Nada como um resuminho após 10 anos do primeiro filme...

Celebrando a estreia de "Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2", a Warner Bros. criou um vídeo de cinco minutos com o resumo dos oito filmes do bruxo. Vale a pena conferir.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Woodstock e uma lição de amizade

Muitos anos atrás, assisti a um episódio do Snoopy que me marcou profundamente. Chorei horrores com a emocionante demonstração de solidariedade do pequeno Woodstock. O vídeo despensa maiores explicações.

Depois de tanto tempo, comentando com uma amiga sobre esse episódio, lembrei que já estamos no século 21 e que atualmente é possível encontrar qualquer coisa na internet. Pois aí está um trechinho na história, a parte mais bonita e lacrimejante desse desenho fofo e repleto de mensagens importantes. Agradeço à tecnologia por tornar possível resgatarmos pequenas - e marcantes - passagens na nossa vida.
Valeu, YouTube!!!


terça-feira, 26 de abril de 2011

O amor é fogo


“Não sei do que a chama é feita, não sei o que mantém o fogo, não sei como sarar a queimadura. Talvez fosse o momento de apagar a vela, mas não sei o que fazer sem luz.”

(Desconhecido)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A vida dos outros

Eu estava numa pracinha aqui perto do escritório, tentando me concentrar no meu freela na hora do almoço. Parecia um bom lugar para ler, trabalhar e pegar um ar puro ao mesmo tempo. Sentei numa mesinha sob o sol, espalhei meus apetrechos e... Eis que senta alguém na mesa ao lado, tagarelando sem parar ao telefone, tornando impossível me concentrar na revisão chatérrima que preciso terminar até amanhã.

Por que a vida dos outros sempre parece tão interessante? Minha vizinha de praça era jornalista também, mas aparentava ter uns 15 anos de idade. Falava com uma amiga, num tom choroso e paulista, contando que havia resolvido voltar para São Paulo porque não estava se adptando ao Rio, que ia trabalhar menos e ganhar mais, que ia ter tempo de voltar a fazer teatro e ainda ia conseguir o cargo que sempre quis e blá, blá, blá.

Fiz um pontinho vermelho no parágrafo onde parei a leitura e fiquei pensando. Parece que a vida de todo mundo um dia entra nos eixos, começa a tomar um rumo satisfatório. Então porque eu não consigo parar de pensar em mudar tudo? Mudar de casa, mudar de emprego, mudar de estilo, mudar, mudar, mudar. Sei que pareço reclamar de barriga cheia. Tenho um marido maravilhoso e uma filha fantástica, trabalho numa empresa ótima e ganho mais do que a média do mercado. O que falta, então, cara-pálida?

Acho que falta mais tempo pra mim. Pra viver. Pra me tirar a impressão de que estou vendo a vida passar pela janela de um trem em movimento.

terça-feira, 29 de março de 2011

Escolhas

Tenho uma grande amiga que mudou de emprego três vezes nos últimos seis meses. Irresponsável? Não, eu chamaria de corajosa. Ela teve a coragem que eu não tenho. A coragem de jogar tudo para o alto e ir atrás dos seus sonhos.
Neste exato momento, após se demitir de mais um trabalho, ela deve estar deixando a filha na escola ou preparando a outra para o soninho da tarde.
Eu estou aqui, enlouquecida com meus prazos draconianos, fazendo malabarismos com meus frilas, pensando em mil planos que jamais vou concretizar e imaginando que etapa do desenvolvimento da minha filha estou perdendo.
Isso tudo me lembrou de um texto bobinho que escrevi um tempão atrás, uma micro-catarze sobre a minha falta de adequação ao mundo. Tenho vergonha de mostrar. Tenho vergonha de muitas coisas. Mas como acho que ninguém vai ler, aí vai:

Mesmo que eu tente não me encaixo
Nesse mundo de chefe e patrão
Bater cartão de nove às seis
Botar mais água no feijão
Fazer contas pra fechar o mês
Comprar o arroz da promoção
Ter alguém pra me dizer o que fazer
E me cobrar quando não fiz
Por mais que tente não consigo esconder
Que assim não dá pra ser feliz

quarta-feira, 2 de março de 2011

Huston, we have a problem

...e há aqueles dias em que voce não almoça sozinho porque simplesmente não almoça. Trabalha durante o horário do almoço para poder sair mais cedo e resolver um pepino.

O pepino em questão é uma fofa, gostosa e imapente criança de dois anos com pneumonia. Com o coração na boca, a gente não tem nem fome.

Um drama a menos para viver, um problema a mais para resolver.
Too much.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O olhar dos que almoçam sozinhos

Não é porque este blog se chama Sozinha no Almoço que eu vou ficar eternamente falando sobre esse assunto. Mas, eventualmente, em um dos meus lamentáveis almoço sem companhia irei acabar falando disso.

Hoje uma coisa me chamou a atenção. Eu nunca havia reparado no olhar nas pessoas que almoçam sozinhas. Eles são vagos, perdidos, fortuitos. Essas pessoas, em geral, mantêm os olhos baixos, concentrados na comida. Vez ou outra dão uma espiadinha no prato do vizinho, ouvem a conversa de quem está na mesa ao lado ou analisam as roupas de quem atravessa seu pequeno ângulo de visão. Quando dois desses olhares se esbarram é um constrangimento geral, como se você tivesse sido flagrado num pecado terrível. Mas às vezes surge um sorriso cúmplice. E você ganha o dia.

As pessoas que almoçam sozinhas inventam mil e uma maneiras de disfarçar sua solidão. Fazem anotações, telefonam ou mandam mensagens de texto, ouvem música, brincam com joguinhos no celular. Alguns malucos levam laptops para restaurantes e digitam furiosamente, como se estivessem concentradíssimos no trabalho mais importante de sua vida.

Ninguém gosta de ser visto sozinho todos os dias no mesmo restaurante. Isso por um lado é bom, pois nos obriga a explorar a cidade e encontrar locais alternativos. Hoje fui conhecer o KFC que abriu aqui nas redondezas (fast food é sempre a melhor opção para os solitários). Pela quantidade de gente que fazia fila na porta, achei que seria bom. Não é ruim, mas falta alguma coisa (não, não é uma companhia o que falta; estou falando do sanduíche). De qualquer forma, vem umas cinco toneladas de frango entre duas fatias de pão. Novamente, não é ruim, mas é too much for me.

Na verdade, às vezes a própria vida é too much for me.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sonhos que não podem ser

Certa vez, quando eu era bem jovemtinha 14 ou 15 anos, talvez –, li um texto do Miguel Falabella chamado “Sonhos que não podem ser”.

Na ocasião, certamente o texto me chamou atenção porque me fez pensar nos meninos que eu não poderia ter, nas viagens que eu não poderia fazer, nas coisas que não poderia comprar. A lista de sonhos que não podiam ser era interminável.

Guardei o recorte de jornal durante anos, até que ele se foi, junto com a última agenda da juventude, naquele momento em que a gente decide se vai crescer ou continuar adolescente para sempre. Escolhi a crescer, e meus antigos sonhos ficaram para trás.

Hoje, adulta, me lembrei desse texto. E percebi que muitos de meus sonhos ainda não podem ser.

Será que um dia poderão?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Solitárias do meio-dia, uni-vos!

Ser uma mulher moderna e independente tem lá os seus pontos negativos. O mundo corporativo pode ser um grande parque de diversões, mas também pode se tornar um grande pesadelo - principalmente na hora do almoço.

Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu um fracasso quando se viu sozinha na mesa do restaurante, cercada por grupos animados e cheios de cumplicidade empresarial. Aí você come um sanduíche rapidinho, leva um livro para não precisar olhar para a cara de ninguém ou faz a linha blasé, fingindo ser superbem-resolvida com a sua solidão.

A verdade é que ninguém gosta de almoçar sozinho.

Aquela horinha sagrada no meio do expediente é um bálsamo, uma oportunidade de recarregar as baterias para o segundo round. Assim, quando a hora do almoço se torna um martírio - ai, meu deus, o que eu vou inventar para fazer hoje? -, nossa vida fica um horror.

Portanto, solitárias crônicas do meio-dia, uni-vos! Espremi os limões da minha temida hora do almoço e estou tentando fazer uma limonada docinha e reenergizante. Façam o mesmo! Libertem-se!