terça-feira, 26 de abril de 2011

O amor é fogo


“Não sei do que a chama é feita, não sei o que mantém o fogo, não sei como sarar a queimadura. Talvez fosse o momento de apagar a vela, mas não sei o que fazer sem luz.”

(Desconhecido)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A vida dos outros

Eu estava numa pracinha aqui perto do escritório, tentando me concentrar no meu freela na hora do almoço. Parecia um bom lugar para ler, trabalhar e pegar um ar puro ao mesmo tempo. Sentei numa mesinha sob o sol, espalhei meus apetrechos e... Eis que senta alguém na mesa ao lado, tagarelando sem parar ao telefone, tornando impossível me concentrar na revisão chatérrima que preciso terminar até amanhã.

Por que a vida dos outros sempre parece tão interessante? Minha vizinha de praça era jornalista também, mas aparentava ter uns 15 anos de idade. Falava com uma amiga, num tom choroso e paulista, contando que havia resolvido voltar para São Paulo porque não estava se adptando ao Rio, que ia trabalhar menos e ganhar mais, que ia ter tempo de voltar a fazer teatro e ainda ia conseguir o cargo que sempre quis e blá, blá, blá.

Fiz um pontinho vermelho no parágrafo onde parei a leitura e fiquei pensando. Parece que a vida de todo mundo um dia entra nos eixos, começa a tomar um rumo satisfatório. Então porque eu não consigo parar de pensar em mudar tudo? Mudar de casa, mudar de emprego, mudar de estilo, mudar, mudar, mudar. Sei que pareço reclamar de barriga cheia. Tenho um marido maravilhoso e uma filha fantástica, trabalho numa empresa ótima e ganho mais do que a média do mercado. O que falta, então, cara-pálida?

Acho que falta mais tempo pra mim. Pra viver. Pra me tirar a impressão de que estou vendo a vida passar pela janela de um trem em movimento.